Tudo o que eu sempre quisera era ser amiga daquelas meninas. Aquelas bem vestidas, sempre na boa, rodeadas de amigos gatos, as que vão em todas as festas, as que sempre são comentadas nas rodinhas, as que ao passar pelo corredor, todo mundo para de fazer o que estão fazendo apenas para adimira-las e, é claro, demonstrar respeito por elas, as garotaspopulares. Eu me esforçava para me enturmar com elas, fazia de tudo o possivel, bajulava, cumprimentava, me vestia igual a elas, sentava do lado, mas de nada adiantava.
Por mais que eu tentasse, elas não queriam me aceitar, me excluiam sempre que tinham a oportunidade, é claro que elas não eram exatamente o tipo amiga-companheira, eram do tipo amiga-enquantovocêépopular, não eram exatamente o tipo de amiga se leva para a vida inteira, eram do tipo passageiras, são suas amigas enquanto “você esta na moda”, se é que me entendem. Talvez isso seja da cabeça de quem esta do lado de fora, quer dizer, entre elas, elas parecem ser tão unidas, mas ao mesmo tempo tão falsas, é algo inexplicavel. Mas porque eu queria ser amiga delas? Porque o sonho de todas as meninas do colégio era ser amiga delas? É um sonho sem sentido! Eu acabava por esnobar os amigos maravilhosos que eu tinha so para ver se conseguia me aproximar delas, quando na verdade, os amigos que eu tinha, podiam ser feios, fora da moda e meio esquisitos –confesso- mas eles eram amigos legais, engraçados, eles me faziam feliz, me faziam sentir bem quando do lado deles. É uma pena que eu so tenha percebido isso quando era tarde demais, a esse ponto, eu já estava solitaria, distante deles e longe de ser amiga delas, eu estava em frente a uma bifurcação de uma rua, sem saber que lado tomar, sem saber que caminho seguir. Eu estava completamente perdida. Troquei de escola, e desta vez fiz tudo direitinho e me tornei uma daquelas garotas, era tudo perfeito, mas eu não me encaixava, ainda havia um lado dentro de mim que vez ou outra se manifestava, revelando o meu lado garotanãopopular. Por fim, consegui conciliar as duas amizades, sem me tornar excluida e sendo do jeito que eu realmente –após algumas mudanças, claro- sou.
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