Houve um dia em que eu realmente acreditei que tudo era pra sempre, mas
Cássia Eller bem que me avisou, numa das mais bonitas da MPB, que o "pra
sempre" sempre acaba. Não podemos deixar o presente nos enganar, fingindo que tudo é para sempre. Tudo na vida é momentâneo, tudo passa, tudo acaba. O presente é que faz tudo parecer eterno. Juramos que aquilo nunca vai passar, que nada vai mudar, que nós seremos sempre os mesmo, mas não é bem assim. Não mesmo. Te enganaram, de novo.
Pare pense um pouco comigo: se a própria vida não dura para sempre, por que algo inferior a ela duraria? Nascemos e, cedo ou tarde, morremos. Sentimos coisas e eventualmente paramos de sentir. Tudo pelo que passamos um dia acaba. O "pra sempre" sempre acaba.
E quando me dizem para aproveitar bem o presente. O que é o presente? O passado um dia já foi presente, mas o presente agora já não é mais presente, e sim passado. O futuro um dia será presente, mas depende do presente para ser. O presente na verdade não existe na verdade. O presente será, é, já foi. E ainda existem aqueles casas em que o futuro repete o passado.
O tempo é algo que me intriga, e muito, na verdade. Para entendê-lo melhor, o dividi em dois: o tempo de forma geral e o nosso tempo. O primeiro é passado, presente e futuro. Esse tipo não para. O segundo é o nosso tempo, nossa vida. Ele sempre acaba. Mas ainda assim, é tudo o que temos. Sendo assim, não viva o passado, porque ele acaba; não viva o presente, porque ele não é nada e não viva também o futuro, porque ele ainda não chegou. Viva tudo junto e misturado de uma vez só, viva passado, presente e futuro. Viva o tempo.