La vie en rose

A senhorita Le Blanc saiu do metro correndo, seus olhos derramavam as lágrimas que ela havia segurado nas últimas horas. A conversa com sua irmã a tinha deixado triste - Claire sempre chorava quando falava sobre sua mãe Marie que morrera ano passado, ela não havia aceitado muito bem sua morte, tinha sido tudo tão rápido, principalmente para ela, que não falava muito com sua mãe devido suas recorrentes discussões, mas Marie havia deixado com certeza muitas saudades. Ao chegar em casa, Claire largou sua bolsa no chão, abriu seu velho baú branco onde guardava todas as suas lembranças, procurava desesperada com as mãos trêmulas as lembranças que tinha de sua mãe.
A primeira coisa que achou era um medalhão dourado, em forma de coração, ele se abria e de um lado guardava os dizeres “Te amo para sempre filha!” e do outro uma pequena foto de Claire e Marie. A segunda era um albúm de fotos de Claire quando criança. O choro só aumentava a medida que Claire ia achando lembranças da sua mãe, dali a pouco achou um cd de músicas – as quais sua mãe adorava – ela o pôs para tocar, e foi ali no carpete do seu quarto, sentada no chão, ao som de “La vie en rose” que a senhorita Le Blanc adormeceu chorando. No seu sonho, ela tinha oito anos e estava sentada no balanço de sua antiga casa, sendo empurrada por uma mulher de vestido floral e um trança de lado, mas seu rosto não era reconhecido por Claire, era um sonho tranquilo e alegre, mas agustiante por não ver o rosto da mulher. Ao acordar, Claire se deu conta de que seu sonho tinha sido uma lembrança, umas das poucas felizes que tivera ao lado de sua mãe.